Fala galera, aqui quem vos fala é Luciano “RaNDoMiZeR” Tuma, tenho 26 anos e sou advogado. Fui jogador de Counter-Strike por 7 anos, Team Fortress Classic por 2 anos e Team Fortress 2 por outros 2 anos. Apesar de no CS eu ter tido algo próximo a uma “carreira”, no TFC passei anonimamente e no TF2 fiquei conhecido apenas em razão de talk show dominical que eu produzia. Posso afirmar que jogo “games” há bastante tempo, fazem parte da minha vida e que, de certa forma, acompanhei a evolução do cenário dos games no Brasil.
No transcorrer dessa evolução, que acompanhei de 1999 até agora, o crescimento exponencial de jogadores fez os games tornaram-se mais evidentes para as pessoas e a sociedade. Com isso, vieram as críticas, que também tomaram volume. Hoje, qualquer jogador sabe, há instaurado certo preconceito contra nós: a opinião publica trata os games como um vício de jovens perturbados, ou como se fosse piada.
Acusam alguns jogos de promover a violência; Afirmam, sem provas, serem prejudiciais ao desenvolvimento; Proibiram Counter-Strike, God of War, GTA, Everquest, entre outros de circularem no Brasil; Parlamentares criam projetos de lei para proibir jogos; Matérias jornalísticas, parciais, feitas por gente desentendida, são produzidas – veja o exemplo da matéria feita pela Record que atribui culpa aos games pelo crime brutal ocorrido na escola em Realengo, cujo link está ao final. Sua mãe olha para você como se fosse um pecado gastar seu tempo livre com jogos eletrônicos. E nós, jogadores, acabamos por nos ver impotentes frente a isso.
O que se estranha é porque um universo tão grande de jogadores não consegue fazer nada a respeito? Por que não lutamos contra essa ridicularização? Contra os altos impostos que incidem nos games? Contra as leis que os proíbem? Contra as decisões da justiça que os retiram de circulação?
A resposta é simples: nós não somos organizados e por isso não temos condições de nos contrapor ou pelo menos contribuir para a discussão. Logo, surge a proposta de seguirmos uma tendência mundial: Os interessados (nesse caso os gamers) – que são fracos individualmente - unirem-se em associação para ganharem corpo e força.
É um fenômeno mundial. Nos EUA está muito presente nos consumidores que se unem para combater praticas abusivas de fornecedores. É o mesmo princípio dos órgãos de classe, das cooperativas, centros acadêmicos, associações de defesa do consumidor, de apoio a doentes etc.
Eu pessoalmente acredito que já passou da hora de nos unirmos e criar uma associação que defendesse os interesses dos gamers, e que essa pudesse ser a voz deles na mídia, na justiça, frente ao governo brasileiro ou nas mais diversas situações.
No entanto, ela não serviria apenas para isso. Serviria também para promover os games, organizar campeonatos, buscar patrocinadores, realizar estudos, firmar parcerias, elevar o e - esporte a condição análoga de esporte dentre outras milhares de alternativas. Teria, em suma, a função primordial de ser a fundação quer permita erigir um cenário favorável ao crescimento dos games.
Apenas como exemplo, para tornar um pouco mais concreto, a associação poderia manter servers para os mais diversos games, para que não fique exclusivamente a cargo de empresas privadas como a UOL ou o TERRA que os criam e os fecham a hora que bem entendem. Poderia fazer parcerias com as mais diversas ligas nacionais de games jogados atualmente, financiando-as e ajudando-as a criar campeonatos, atrair visibilidade e etc. Poderia criar mecanismos para seus associados de compras direto do fornecedor de produtos eletrônicos mais baratos, em razão do volume de pedidos. Propor ações judiciais visando não pagamento de ICMS e IPI de produtos importados pelos seus associados, dentre outras idéias que vierem a ser desenvolvidas.
Veja que em primeiro momento parece meio maluca a idéia, no entanto, em diversos países do mundo, os gamers já se organizaram em associações. Cite-se os exemplos retirados da Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Electronic_sports:
• Cybersports & Online Gaming Association (Singapore) [SCOGA] (Singapore)
• International eSport Federation (International)
• eSport Verband Österreich (Austria)
• Belgian Electronic Sport Federation (Belgium)
• E-sport Denmark (Denmark)
• Deutscher eSport Bund (Germany)
• Nederlandse Electronic Sport Bond (Netherlands)
• Swiss E-sport Federation (Switzerland)
• Korea e-Sports Association [Kespa] (South Korea)
• Taiwan eSports League (Taiwan)
• United Kingdom eSports Association (United Kingdom)
• eSports Vietnam (Vietnam)
• Mind Sports South Africa (South Africa)
Na Coréia do Sul, a Kespa é tão forte e o jogo é tão popular que Starcraft é considerado esporte nacional, com transmissão ao vivo das partidas pela televisão.
Apesar de a idéia ser a criação de uma associação, que por definição não tem fins lucrativos, não vejo essa idéia sem recompensar o trabalho e o esforço das pessoas que se empenharem para sua criação e manutenção. É verdade que temos muito interesse em que isso de certo, mas sem uma remuneração não será possível a ninguém dedicar-se exclusivamente a promoção dos gamers.
Óbvio que pode ser que a idéia nunca chegue a esse patamar, e o esforço dos que ajudarem nunca serem recompensado, mas espero, como qualquer entidade, que a associação, no futuro, possa pagar salários a pessoas que por ela trabalharem.
Eu e um pessoal do TF2 acreditamos que essa associação deveria-se chamar Associação Brasileira Pró Gamer – uma leitura de “em prol dos gamers”.
Uma associação é de todos. E o trabalho de todos é bem vindo e, mais que isso: necessário. Precisamos, para esse momento das mais diversas especialidades, dentre formados, estudando ou meramente interessados. A seguir é apenas um exemplo:
• Precisamos de advogados para elaboração do estatuto da associação.
• Precisamos de administradores para elaboração de um plano de negócios;
• Precisamos de publicitários para vendermos essa idéia às empresas para patrocinarem a associação.
• Precisamos de programadores para elaboração do site;
• Precisamos de designers para elaboração do site e material publicitário.
Se a idéia der certo, precisaremos no futuro
• Promotor de Eventos, para realização de campeonatos.
• Contadores
• Jornalistas
• Etc.
Isso aqui foi apenas uma introdução da idéia, precisamos refiná-la. Gostaria que levássemos a criação dessa associação mais ou menos nos moldes da criação de software livre. Primeira associação opensource: todos dando sua contribuição.
Eu sinceramente torço para que daqui uns 20 anos, o jogador de e - esporte profissional receba salário e tenha tanto prestigio quanto um jogador de futebol ou, ao menos, um jogador de vôlei. O futebol tem mais de 130 anos, com certeza em seu início também davam risada quando alguém imaginava se profissionalizar com aquilo.
Pode ser que essa idéia nada mais seja que uma falha absurda para os dias de hoje. No entanto, é certo que um dia surgirá, no Brasil, uma associação dos gamers. A necessidade fará criar aqui o que foi criado em outros países. Espero que essa hora seja agora.
Essa mesma mensagem foi divulgada nos principais fóruns sobre o assunto do qual eu tenho conhecimento. Se vocês conhecerem outros, peço que levem a discussão para lá também.
Se você tem como divulgar a idéia e simpatiza com ela, peço gentilmente que o faça.
Quem quiser se juntar a nós favor enviar email para : lucianotuma@gmail.com. Se puder contribuir com seu esforço naquilo que eu citei em cima, favor informar no email.
Se a idéia der certo - tivermos campeonatos monstruosos, patrocinados por fabricantes de placas de vídeo e empresas de energético, bem como sedes em diversos lugares do pais tenho certeza que esses primeiros colaboradores jamais serão esquecidos.
Um agradecimento ao Eric “Godd” Salama pelo logo.
Criar ou distribuir jogos ofensivos pode virar crime no Brasil:
http:http://www.blogger.com/img/blank.gif//jogos.uol.com.br/ultnot/multi/2009/12/01/ult530u7429.jhtm
"Counter-Strike" e "EverQuest" estão proibidos no Brasil:
http://jogos.uol.com.br/pc/ultnot/2008/01/18/ult182u7954.jhtm
TV Record acusa games de propagar a violência:
http://www.youtube.com/watch?v=NOkMbS_huqc
Guilherme Gamer - Resposta para a Record:
http://www.youtube.com/watch?v=jWV1-dlP1lc
Domingo Espetacular 24/04 REPORTAGEM - Atirador de Realengo jogava games violentos:
http://www.youtube.com/watch?v=wqbfADtkVAc